quarta-feira, 20 de junho de 2012

Transbordar

Almejando que qualquer tipo de resposta seja rápida,
Lidar com expectativas é simples demais.
Uma vez que nunca é bom sempre esquecer,
Todo conceito de infelicidade acaba em nada.
Alguém inventou que isso é amadurecer,
Destronamento de velhas prioridades,
Eu simplesmente não entendo e dou risada.
Deixo o sorriso à mão pelo mesmo motivo das noites pálidas,
Imagino os traços tortos que vão além de cidades,
Algo que mantém as linhas da razão desunidas,
Mais um dia entre amigos,
Ao menos outras horas bem vividas.
No afrouxar do cumprimento,
Transbordou num segundo o que havia de melhor,
E se fez em novo riso meu melhor talento.
Sinfonias de notas únicas em pontes de pensamento,
Retorciam-se, guiavam, e surgia assim outro conto.
Entretanto, alguns, entre tantos outros contos,
Se tornam o presente, e em tão errado ponto,
Um momento de silêncio me faz lembrar.
Lembro dos escuros que custavam a clarear,
Tiravam vantagem de se existirem saídas,
Audível desespero, dá vontade de chorar.
E sinto tanto, sem menor sinal de acanho,
Medo,
Que no choque de perdões eu cedo,
Umas rezas que me guardam, ensinam, e eu ganho,
E logo um outro novo dia vem chegando,
Buracos pelas nuvens trazem luz de origem espontânea,
Rindo, novamente, caio na cama e espero,
A demora, como sempre, é momentânea.

2 comentários:

  1. João, conheci seu blog a partir da Tati. Você escreve MUITO bem! É estranhamente prazeroso ler seus textos! Sem exagero: é tão prazeroso quanto ouvir A Day in The Life. Parabéns!

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