quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Saia florida

Uma última encarada no caminho do metrô,
E cá estou eu, te escrevendo de novo.
É uma pena não termos conhecido meu avô,
Ele se misturou com o resto do povo...
Nessa minha viagem lembrei de uma vontade,
Gostaria de te ver com a saia florida,
Aquela que eu não sei se você tem.
E, voltando pra essa cidade,
Lembrei que não te trouxe uma, querida,
Meu avô adoraria te ver com ela também.
Minhas pálpebras, cinemas,
Mostravam os trechos de tão esperada vida,
Imagens do lugar onde os problemas
Não tinham espaço pra caminhar.
E era todo dia o mesmo olhar.
Você com o Sol na cabeça,
Eu com a minha na sua,
A casa de madeira espessa,
A dança que ainda estava crua,
A porta que não queria abrir,
O relento que era amigo da Lua.
O silêncio ofusca a vontade,
O refúgio me faz fugir.
Mas dá alegria, vendo as flores no vaso
E o sino berrando "Saudade!".
Já juntei dias tentando entender,
Não acredito que dê pra enjoar,
É incrível que, por acaso,
Eu não canse de me cansar de você.
É todo dia o mesmo olhar.

Um comentário:

  1. Gostei muito desse! Principalmente o penúltimo verso "eu não canse de me cansar de você".. como sempre, está incrível! ;)

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