sábado, 6 de novembro de 2010

Chuva fria

Manhã de sábado
Acordo assustado
A noite havia acabado
E eu ainda estava ligado.
A noite que veio,
Tão calma, sem brisa
Levou, sem rodeio
A falta imprecisa.
Ainda me pergunto
Como ela chegou,
Quando menos esperava
A saudade voltou.
O que mais surpreendia
Não era a face sem rosto
Ou o olhar sem brilho,
Ela estava com a arma na mão
E o dedo no gatilho.
Antes mesmo de começar a correr,
Ouvi num tom mediano
As águas eram seus dedos
E os telhados seu enorme piano.
As notas bem feitas
Me deixavam intrigado,
E antes de cair desmaiado
Gritava exaltado:
Chuva gelada, diga-me agora, o que foi que fiz para deixar-te irritada.
Chuva gelada, diga-me agora, quando tentei interromper sua jornada.
Chuva gelada, faça-se agora, leve daqui a tristeza infiltrada.
Chuva gelada, conte-me agora, onde se esconde minha amada!

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