terça-feira, 29 de maio de 2012

Morando em memória

Olha que pena,
Lá se foi a pequena,
A loira, a morena,
Calafrios de pouca idade,
Poucos traços de maldade,
Com enganos que nem sei dizer.
Olha que pena.
E olha lá, deu vontade de lembrar,
Como eu gostava de ver!
Voz era nada, tampouco falar,
Pra que dizer se podia olhar?
Nos eternos espaços entre os novos novatos,
Estas são as palavras que eu nunca ouvi no eco,
Ou dos experientes no amor e em amar.
E a lembrança é só desculpa do tempo pra passar mais devagar.
Na beira daquele banco sento,
Na porta daquele dia bato,
Esqueço a passagem no vento,
Perco o relógio no mato,
Se não fosse te procurar lá dentro,
Pouparia a sola do meu sapato.
E o eco é só desculpa do silêncio por ser tão indiferente,
Que fica repetindo, em rima consequente,
A importância de lembrar,
Para os experientes na vida e em viver
De amor, de amar...
Ao contrário da tristeza,
A alegria não é mais que mera cena,
Morando em memória, presa,
Olha que pena.

Um comentário:

  1. Orra velho, muito bacana seus textos... Dei uma lida na maioria. Parabéns Jão. De verdade.

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