segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O mafioso e o justiceiro discreto

Garotinho de seis anos,
Talvez seis e meio, acompanhado do amiguinho.
Chega na venda de um senhor, baixinho, um pouco barrigudo, meio idoso e de bigode:
-Tio, quanto tá o pacote de macarrão?
-Quatro e setenta.
-Minha mãe pediu pra eu levar dois...
-Tudo bem, dez 'conto'.
-Mas não era quatro e setenta cada? Achei que ia dar pra eu levar um chiclete ainda!
-É, mas quanto é quatro mais quatro? Menino tonto!
-São oito, senhor...
-E as moedas? Vai, leva o macarrão pra tua mãe!
-... e quanto é o chiclete?
- Vinte centavos cada.
-Tá bom... 'brigado', tio...
O amigo, sem entender muito:
-Ei! Aquele moço não fez conta errada?
-Fez nada... a gente tem que se fazer de burro mesmo pra poder viver... e não é?
-Não sei...
-Vai, pega um chiclete, que eu ainda tenho mais dois...
Lembrando que ele não era um moço, muito menos mocinho. Era o bandido mesmo.

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