Em quatro mil voltas da roda de trás da minha bicicleta em torno dela mesma,
E três mil e setecentas da roda da frente,
Consegui (quase) dar a volta na minha pequena cidade!
Então percebi que menti,
Pois não sei empinar a roda da frente!
Dei quatro mil voltas em cada uma mesmo.
Descendo a descida,
A subida que não era, rapaz,
Estava tão rápido quanto o carro preto ao meu lado!
Eu vi que eles também perceberam tal façanha,
E a mocinha que estava no banco de passageiro, pronta pra gargalhar do meu capote,
Foi um pouco pra frente quando o motorista deu uma leve freada pra passar a lombada,
Eu, mesmo com os ventos da velocidade de um furacão na minha cara,
E uns fios do meu cabelo ainda atrapalhando minha visão,
Fiz o mesmo. Discreto e sem capote.
E sabe, chegando próximo de casa, me lembrei,
Não ouvi sequer um solo de guitarra nessa minha pequena jornada de quarenta minutos.
Não, não...
Ouvi pandeiros, ouvi barulhos sem nexo produzidos por mesas de edição,
Mas uma bela introdução acompanhada talvez por um quarteto de cordas,
E um lindo começo de letra capaz de emocionar até os mais leigos,
Rapaz, rapaz...
Só na minha cabeça mesmo!
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