terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ida

Sim,
Como tudo que há um fim,
Morreu, brilhante, a estrela pêndula.
E deu-se assim após sua última dança.
Foi-se quieta, quietinha,
Como a última flor que caiu
Em seu peito, das suas madeixas
Que deixavam rastro no céu,
O mesmo daquele antigo pedaço de papel.
Sua última queixa,
A despedida que ninguém ouviu,
Foi uma risada baixinha,
Envergonhada, sonsa, mansa,
Arisca, triste, nula...
Risada de enfim.
Risada que não era afim,
Intergalática e discreta.
Chegando a hora,
Fingiu um bocejo com a mão,
E, em forma de constelação,
Ela simplesmente foi embora,
Acenando com a mão já quieta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário