Se por aí
Eu te encontrar por acaso,
E já tivermos um caso
De um casal de jabuti,
Que dure uns cem,
Uns cento e cinquenta anos,
Que perdurem os planos
De não contar pra ninguém.
Me liga a cobrar pra cobrar
Uma prece ou promessa,
Que faço sem pressa,
Querendo agradar.
E se for um dia cinza, eu boto cor.
Se estiver tudo parado, dá pra se mexer,
Toda luz de carro correr,
Tudo estar a todo vapor.
A foto já sorri lembrança, e a última dança já existe.
Tão demasiadamente implora pra ser dançada,
Que agora, aquele que chora,
Não lembra de nada
Sobre ser triste.
Me ensina a língua dos escafandristas,
Que vêem e tocam sem conversar,
E no meu quarto deixa pistas
Pra eu sempre te desvendar,
Antes que esse dia se perca e suma.
Se por aí a gente nem se esbarrar,
Não vai ter manchete nenhuma
Sobre os dois que sabiam voar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário