Disse o adeus somente de corpo àquelas estrelas que vi pairando,
Com o mesmo sorriso insosso pedi, às manchas do céu,
Algo para realçar minha coragem que, por força tão singela,
Esvaziou-se por completo quando percebi o azul chorando.
Não era novidade, sendo finas como véu,
Só podiam ser usadas na despedida da donzela.
Vestiu-se de nuvens, de sono banhou-se,
E dormindo se foi, dormindo lá foi ela,
Num impulso entre as tralhas que o tempo me trouxe.
Pelas ruas espelhadas seus reflexos sem simetria
Iam dançando entre orações e sintomas das flores,
Os olhos, imundos, poços de nada, cheios de cores,
Levavam consigo o sono de quem dormia,
Davam dor aos que não tinham dores,
Oscilavam entre o riso e a loucura em seu pior.
Por eu saber essas cores de cor
E a chuva lavar o que o céu não me deu,
Percebo que o azul de azul nada tinha,
Mas espalhou por essa cidade
O tom de amor que ninguém percebeu.
Ah! Vida minha,
Saudade.
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