quarta-feira, 7 de setembro de 2022

sobre quando aprendi que tudo acontece

as noites de insônia me pregaram peças
por milhões de anos engarrafadas

querubins e místicos as ensaiaram
pra que elas coubessem nos meus folhetins

nos momentos em que desejei não sentir,
o suspiro quieto simplesmente não bastou

por isso me bateram lágrimas no rosto,
e é no meio do mundo que elas moram

me mandei bilhetes me contando tudo,
aparentemente, esqueci por querer

ouvi o caso esplêndido de um viés antigo,
não tiveram pena, mastigaram-me e cuspiram-me

ao voar, notava que por mim passavam
mil diversas garças do mais branco tom

nas suas asas não achei meu medo,
e em seus bicos me certifiquei:

que vida interessante,
e brindei com o amigo de ar

enquanto a mão pairava sem assento,
acenei de olho fechado; fui embora feliz

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